Pesquisadores do Projeto Saber Viver, uma parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), finalizaram o Painel de Percepção Social do Saneamento Básico. O produto é fruto de uma pesquisa de campo desenvolvida junto à população atendida pelo projeto, com o intuito de analisar a situação do serviço de saneamento básico nestas localidades e seus impactos na vida da população. O Projeto Saber Viver objetiva a construção dos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs) para 19 cidades do estado de Rondônia, e conclui mais uma etapa, após a fase de pesquisa in loco, entre os meses de junho e outubro do ano passado.
Participaram da pesquisa diversos segmentos da sociedade civil e do poder público, além de comunidades e povos tradicionais, de todos os munícipios atendidos pelo Projeto Saber Viver, nas áreas tanto urbanas quanto rurais, e também pesquisadores e estudantes. O trabalho foi realizado nos municípios de: Guajará-Mirim, Pimenta Bueno, Pimenteiras do Oeste, Cabixi, Colorado do Oeste, Chupinguaia, Costa Marques, Urupá, Teixeirópolis, Vale do Paraíso, Primavera de Rondônia, São Felipe do Oeste, Parecis, Alto Alegre dos Parecis, Alta Floresta do Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Castanheiras e Ministro Andreazza.
O Reitor do IFRO, Uberlando Tiburtino Leite, ressaltou a importância do Projeto para atendimento de diversos municípios de Rondônia, como uma das principais ações de extensão realizadas atualmente pela instituição. “Primeiro, pela extensão dessa atividade, estamos elaborando o Plano Municipal de Saneamento Básico de 19 municípios e também pela relevância da ação. O saneamento básico é extremamente importante, inclusive para o desenvolvimento intelectual das pessoas, e o Instituto fica muito feliz em poder tirar do papel uma das suas finalidades, que é contribuir para o desenvolvimento sustentável dos nossos municípios e do estado”, disse.
A pesquisa realizada pela equipe de campo e voluntários finalizou a coleta de dados em outubro de 2019. “Os questionários aplicados foram instrumentados através do aplicativo Interviewer, abrangendo o levantamento de dados urbanos, dados rurais, povos tradicionais e catadores de resíduos sólidos, caracterizando o perfil residencial e socioeconômico, e os quatro componentes do saneamento básico nos municípios”, explicou a Supervisora de Comunicação do Projeto Saber Viver, Gedeli Ferrazzo.
Ainda segundo ela, o Painel de Percepção Social tem como principal objetivo possibilitar ao PMSB um olhar mais plural da situação do saneamento básico nos municípios, e uma análise dos impactos nas condições de vida da população. “Permite a captura das condições de acesso e os padrões de qualidade dos serviços prestados, sobretudo, porque variam segundo aspectos sociais de renda, gênero, étnico-raciais, principalmente, em termos de estrutura territorial, seja na área urbana, seja na área rural do município”, ressaltou.
DADOS DA PESQUISA AMPLIAM DEBATES
A presença do IFRO em praticamente todos os municípios de Rondônia, principalmente nas cidades atendidas pelo projeto, fortalece o diálogo nestas localidades e contribui para as análises que envolvem a elaboração dos planos de saneamento. “Considerando que o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia é uma instituição que oferta educação formal para a capacitação em diferentes níveis da educação profissional, acredita-se que em posse desse instrumento de gestão, no processo decisório de metas e prioridades para o saneamento básico, o corpo técnico do IFRO e os estudantes, de diferentes níveis, podem proporcionar um espaço de discussão e proposições para os gargalos identificados”, relatou Gedeli.
Os resultados obtidos com o painel também visam a auxiliar no processo de construção do plano de saneamento e na definição de prioridades. “A leitura dos serviços de saneamento básico a partir da percepção social se configura na consolidação do processo de elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico, pois, fortalece e qualifica a participação popular e o controle social, sobretudo, porque podemos caracterizar as desigualdades sociais que estruturam o território, nos fazendo compreender quem são essas pessoas que não têm acesso aos serviços de saneamento básico”, analisou a pesquisadora de estudos sociais, Tânia Olinda Lima.
O Painel apresenta informações que podem ser de grande relevância aos gestores públicos, como instrumento de planejamento, prioridades de investimento e ações de saneamento básico a serem implementadas. Para acessá-lo clique AQUI.
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